Letras Web

Sonhos De Cadáver

Acceptus Noctifer

14 acessos

Órbitas sem olhos, lâmpadas sem luz,
Maxilas cor d'âmbar, frias como o gelo,
Faces descarnadas, crânios sem cabelo,
Formas onde a carne se desfez em pus
Despiu-nos a terra o tórax e os diversos membros.

Das bocas sem lábios sai-nos uma trova,
Que é como um punhal esfarrapando a pele.
A desoras, quando treme o arvoredo,
E o silêncio esmaga as fortes ventanias,
No baile macabro damos as mãos frias
E vamos dançar cancãs que metem medo.

E quem sabe lá, profunda noite escura,
As voltas que demos quando ainda não
Tínhamos descido à negra vala impura.

Ai quem sabe lá! Que a vida é enigma
Aonde entramos rindo sem pensar na seca vida...
Vale mais morrer, que a morte é a saída...
Dessa pena injusta, desse infame estigma.

Desse imundo charco...
A dor e a angústia, o desengano e a febre,
O ouro de um palácio e a fome de um casebre...
Que para ver males é que nós nascemos
Pelas podridões das bacanais devassas,
Onde o vício bebe por lascivas taças,
O veneno um que nos estraga o sangue.

Top Letras de Acceptus Noctifer

  1. Sonhos De Cadáver
  2. Funérea Madrugada
  3. Vícios de Covil
  4. Veneno Que Me Bebe
  5. Canteiro De Ossos
  6. Bacantes De Nobres Vícios
  7. O Estertor Mortal
  8. Seja Essa A Tua Sede...