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O Campeador

Lisandro Amaral

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Larguei meus cavalos n'água
No passo das corticeiras
Levantou mareta grande
De beijar nas barranqueiras.

Levou a flor colorada
Que olhava o espelho d'água
E encheu de barro e de mágoa
Os lençois das lavadeiras.

No extrato dos guabijus
Picada e boca de mato
E segurou pelo pala
O espinho da unha de gato.

O fio que ficou no espinho
É seda e não apodrece
Rosário rezando a prece
Pra o filho que sai sozinho.

"Velha porteira de arame
Divisora de invernadas
No dia em que eu fui embora
Tinha tranca mais pesada
Trama e arame no chão
Sentiu das "pata" a gateada
E eu quase dou caravolta
No golpe desta sentada".

E assim mesmo eu fui embora
Buscando tudo no nada
Ganhei um pala cerzido
E uma basteira furada.

Ganhei este canto antigo
Minha herança e minha crença
Tanto andei sobre os estribos
E tão perto eu te achei.

Querência, querência!

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