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Bode Sonolento

Walter das Trevas

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meados de dezembro bem depois
do Sol nascer
um calor exorbitante
quase nada a florescer

eis que surge no horizonte
uma figura pitoresca
calmamente em 4 patas
peregrino do sertão

seu pescoço adornado
anuncia sua rota
com um sino prateado
tintilando sem parar

vem andando bem tranquilo
procurando alguma coisa
bodejando seu gemido
quase um cantarolar

Bode sonolento
prolongando o momento
de reflexão
espaço tempo adulterado

Bode Sonolento
mensageiro do destino
vem trazendo boas novas
ta chegando pro jantar


da maloca com a carroça
estacionada no quintal
carregando uma vasilha
ele veste um avental

caminhando lentamente
ele manca e sorri
saliente, meio podre
sugerindo solidão

e o Bode sonolento
atraído pela sede
varios dias na jornada
pouca água desde então

ele segue confiante
vai guiado pela mão
bodejando alegremente
bodejando uma canção

Bode sonolento
prolongando o momento
de reflexão
espaço tempo adulterado

bode sonolento
teto preto derrubou
a buchada alimentou
mais de 20 no natal

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