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Morte

Tatiana Rocha

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São pequenas mortescomo cortes
Entre o sonho e a loucurada felicidade pura
Arqueada de amargurasaciada pela usura
De manter a noite escurapra que nada se revele
Nem o pelo e nem a pelenem o nome e nem o rosto
Só o gosto,
São pequenas mortesmas tão fortes
Que parecem outras vidas só que muito mais doídas
Atiradas, atrevidaslambuzadas, esquecidas
Renovadas, repetidaspra que tudo recomece
Feito mantra, feito precea um deus misterioso
Nosso gozo
São mortes pequenassão apenas
Essas nossas naturezas descobrindo outras belezas
Dentro das nossas fraquezas
Que mendigam gentilezas
E arrebentam as represas
Dos desejos mais impuros
Entre gritos prematuros
E gemidos abafados
Tão molhados, molhados
Dentro de você, meu fimminha morte sai de mim
Sua morte me recebepelo tanto que me bebe
Nossas mortes de mãos dadasdividindo as madrugadas
Sua morte sendo a minhaquando a minha morte vinha

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