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Meu Endereço

Sidney do Cerrado

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Eu vou lhe dar o endereço onde moro
Será meu gosto se voce me visitar
Pelo caminho onde a juriti passeia
Mais ou menos légua e meia é ali o meu lugar
O sol penetra entre as folhas da candeia
Vai formando na areia mil desenhos pelo chão
E logo adiante quando ralear o mato
Pode tirar o sapato pra passar o ribeirão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada nem tampouco contra-mão
A lua branca é o farol da avenida
Clareando a estrada batida que existe no meu sertão

A grama verde é o tapete da chegada
O gado manso ruminando no curral
O vento agita a copada da palmeira
Como se fosse bandeira hasteada em meu quintal
Não bata forte quando passar a porteira
Que a pancada na madeira machuca meu coração
Lembro a batida que alguém deu na despedida
Fazendo da minha vida morada da solidão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada nem tampouco contra-mão
A lua branca é o farol da avenida
Clareando a estrada batida que existe no meu sertão

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