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Sombra e Assombração

Renato Braz

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Tombo árvores, queimo índios
Planto a dor na devastação
Sou bicho-homem, meio anjo, meio cão
Não são claros os presságios,
Incerto é o meu coração.

Essas manchas de queimadas
Acinzentadas pelo chão
Resto do que já foi flora,
Rastro da destruição.

A mão de Deus fez a sombra
E eu faço a assombração

Mato o rio, que mata a sede
Pintassilgo e bem-te-vi não se vê mais
Sou bicho-homem, meio guerra, meio paz
Não são claros os presságios,
Porque sou contumaz.

Vertem galhos, folhas secas
Tal qual lágrimas no chão
E as feridas borboletas
Cinzas na poluição

A mão de Deus fez a luz
E eu faço a ilusão

Não me comovem as flores
Sem pétalas
E os jardins sem cores
Não me comovem os rios,
Seus peixes e os pescadores
Não me comove a lua,
O orvalho
E as estrelas dos trovadores

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