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Ponta de Lança

Raineri Spohr

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Da minha tropilha crioula
que mal chegou do banhado,
trazendo barro encruado
cardando pêlo e crina

Aparto o mouro tapado
pra sentar um cogotilho
e acomodar meu lombilho
pra lida que é minha sina.

Quando encilho pra um rodeio
minha rosilha prateada
uma corneta afiada
vai desenhando o pescoço

sento um de passarinho
pra depois correr um cacho
desses de mansar de baixo
só pela arte de moço.

Porisso que de a cavalo
num pingaço bem tosado
me sinto tão arranchado
na Querência tricolor

Porque me gusta demais
a contra-dança parelha
da franja lambendo orelha
de um gateado escarceador

Pelos vinte de setembro
numa zaina amilhada
que abanando a cola atada
e embalando o meio-toso

Faz sua reverência
firmando a marcha troteada
na avenida que é morada
pra o campo fazer seu poso

Que lindo um ponta de lança
de um pulso bem calibrado,
em matungo bem tosado
um defeito vira nada

Se o toso for beliscado
eu tenho uma lei sulina:
faço um de cola e crina
e devolvo pra invernada.

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