Letras Web

Boitatá

Paulo André Barata

3 acessos

A coisa de fogo na forma de cobra
A cobra do fogo, o fogo quem dobra
O facho de fogo que é falso, que é nada
Que é coisa, que é fátuo, que é alma penada

A cobra de fogo que baila na lama
A chama que corre, a coisa que chama
A chama da cobra na mata parada
A cobra que corre, a chama assombrada

O fogo da coisa, o facho vadio
A cobra de fogo que mora no rio
A sucurijuba, a paranambóia
Boikira, boipeba, boiúna, jibóia

O facho da cobra, o fogo partido
O lume azulado da cobra-de-vidro
A toca da cobra, que é dágua, é morada
Tatá, mãe-do-fogo, da cobra encantada

O fogo da cobra que, à noite, flutua
Da coisa que é filha do sol e da lua
Do mano e da mana no coito do mato
Nasceu cobra-grande, cainana, norato

Da alma, menino pagão, que passeia
No escuro das águas, da mata, da aldeia
Pepéua, manima, urutu, mussurana
Angüera, taúba, tutu, caruana

O fogo que corre, a coisa que dobra
A cobra da água, o fogo da cobra
Duende de fogo, só coisa só ente
Só cobra, só mito tupi, só serpente

Top Letras de Paulo André Barata

  1. Paupixuna
  2. Tronco Submerso
  3. Paranatinga
  4. Esse Rio É Minha Rua
  5. Moldura antiga
  6. Ainda um rio
  7. Amazonas meu rio
  8. Além do luar
  9. Eternamente
  10. Macaréu