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Um Canto a Tiarajú

Jorge Freitas

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De a cavalo era um centauro,
Na vastidão desta pampa.
Aquela bronzeada estampa,
Com ares de caborteiro.
Tinha a alma de guerreiro,
Noite negra nas melenas.
No olhar as manhãs serenas,
Do alforecer missioneiro.

Cantou consciências libertas,
Edificou catedrais.
Molhou e domou baguais,
Construiu uma nação.
Foi monarca, capitão,
De magistrado chirú.
São Sepé Tiarajú,
'Orubixava', cristão.

Deu pedigre para uma raça
De autênticos campeiros
Tem nome dos guerreiros
Ajujados pela fé.
Deu seu sangue a Caiboaté
Quando a pampa estremeceu
E o lunar resplandeceu
Na fronte de São Sepé.

Os audazes de seu povo
Nem se quer o conhecia
Foi julgado a repelia
Por tribunal de exerção
E sonegaram por quinhão
Num inventário divino
E o direito cristalino
De ter um palmo de chão.

Esta terra já tem dono
Murmurou agonizando
Preferiu morrer peleando
Do que viver humilhado
Por que um povo escravizado
Não tem querer nem poder
É melhor então morrer
À viver de lombo arcado.
É melhor então morrer
À viver de lombo arcado.

Esta terra já tem dono
Murmurou agonizando
Preferiu morrer peleando
Do que viver humilhado
Por que um povo escravizado
Não tem querer nem poder
É melhor então morrer
À viver de lombo arcado.

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