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Estória de laços

Joca Martins

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Um boi brasino dorme nesse laço
O sono eterno de quem já se foi
Hoje não sente mais os tironaços
Que lhe judiavam quando era um boi

O fio da faca lhe roubando a vida
A dor do ferro ensangüentando o chão
A luz se apaga pois já está cumprida
Um boi sangrado tarde de verão

Couro estaqueado com o maior capricho
É de brasino, vai dar laço forte
Que sina estranha que carrega o bicho
Servindo os homens até depois da morte

Hoje o brasino é mais um doze braças
Que vem na anca do meu pingo mouro
Nada é pra sempre tudo um dia passa
Lembra-me o boi de quem só resta o couro

Um boi brasino dorme nesse laço
O sono eterno de quem já se foi
Hoje não sente mais os tironaços
Que lhe judiavam quando era um boi

Quando eu atiro esse meu velho laço
E ele viaja em busca de outro boi
Bate nas aspas cerra num abraço
Eu vejo o antes junto do depois

O boi não quer o laço do brasino
Senta, escarceia como ouvindo alguém
Que diga: luta contra o teu destino
De ser um laço como eu sou também

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