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Negrinho do Pastoreio

Inezita Barroso

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Por estes pagos
Onde sopra o minuano
Há muito tempo
Viveu um senhor tirano
Coração xucro
Como os potros que criava
Tinha um negrinho
Que pra ele pastoreava.

E o próprio filho
Deste cruel fazendeiro
Roubou lhe um potro
E vendeu por bom dinheiro
Levando a culpa
O negrinho apanhou tanto
Sendo obrigado
Campear o potro em todo canto.

Pobre negrinho
Passando fome e frio
Campeou o potro
Três noites três dias fio
Não encontrando
Por vingança o fazendeiro
Amarrou o coitado
Em cima de um formigueiro.

E com seu corpo
Todo coberto de mel
Ele morria
Padecendo a dor cruel
Mais um clarão
Vem do céu Nossa Senhora
E levou ele
Morar no Reino da Glória.

Hoje a peonada
Que viaja pro sertão
Leva três velas
Pra acender em sua intenção,
Diz que o negrinho
Montado em um potro branco
Traz pro seu dono
O boi que arribou no campo.

E eu também
Que neste mundo vivo errante
A ti negrinho
Eu imploro a todo estante,
Daí um alívio
Pra esta dor que me maltrata
Trazendo a mim
O coração daquela ingrata.

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