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Minha alma é como a serpente
Que se torce demente
De vivas chamas no meio
É como a doida que dança
E nas chamas se balança
Esquecendo o canto que lhe rói o seio
Mas, é a melhor dos meus mundos
Meus nos deleites profundos
Dos delírios acordados
Maestrina de beleza temporal
A primazia de sua alma vai além
Do bem e do mal
Minha alma é como o rochedo
Onde o abutre e o corvo tredo
Motejam os vendavais
Cobertos de atos matizes
Lavrado em cicatrizes
Feitas nos ventos dos temporais
Mas, é a melhor dos meus mundos
Meus nos deleites profundos
Dos delírios acordados
Maestrina de beleza temporal
A primazia de sua alma vai além
Do bem e do mal
"Nem um sopro de esperança
Nem uma luz de bonança
Na fronte sinto passar
Os invernos me despiram
E as ilusões que fugiram
Jamais hão de voltar
Tombam as selvas frondosas
Cantam as aves mimosas
As nênias da viuvez
Tudo, tudo, vai finando
E eu pergunto chorando
Quando será minha vez?"