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Na Solidão do Caipira

Geraldo Espíndola

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O caipira tira seu fumo de corda
Pica o fumo enrola enrola
E com esperteza na cachola
Observa aguarda e olha.
A água no rio que já não é a mesma
O verde da mata já não tão verde
O domínio dos carros já não de bois
A poupança dos homens enganando o depois.
O caipira pira com vosmecê
Ilusório mundo ocidental
Tão doce mundo fatal
Quase no fim do viver.
O caipira pira com sua zanzação
E seu cigarro engana a fumaceira
Que sai da fábrica primeira
Que o mandou embora da região.
O caipira senta e não sanga
No toco de árvore que já foi
Relembra um gesto de manga
E cumprimenta a gente com 'oi'.
O caipira mira o horizonte do dia
Agora vê que o sol vai alto
Sente a falta da sombra que havia
Entende o parecer dos incautos.
Que tomam tudo da mãe natureza
E ao pobre pouco dão na mesa
Sabe que a vida é como a fumaça de palha
Uma leve brisa que se espalha.

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