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Cinzas de Amor

Cândido das Neves

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Cinzas de amor
Cândido das neves

A minh’alma que descanse
O tristíssimo romance
Do nosso amor chegou ao fim

Guardarei o teu retrato
Onde leio insensato
Nunca te esqueças de mim

Esse amor, como esquecê-lo?
Se ele foi o nosso algoz
Bem fez o atroz fatalismo
Fez nascer um grande abismo
Que hoje existe entre nós dois

Agora
Que entre nós dois mais nada existe
Eu releio versos tristes
De um poema que te fiz
Chorei e tive piedade
E senti tanta saudade
Desse amor tão infeliz

Se souberes por ventura
Que no auge da amargura
Lágrimas tristes derramei

Não lamentes o meu fado
Se hoje soutão desgraçado
É porque muito te amei

Quis assim a nossa sorte
Não blasfemes fique em paz
E desse amor que foi tão puro
Pelas cinzas eu te juro
Não te esqueço nunca mais.

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