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O Demolidor

Bebeto Alves

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Porque tudo ainda é vivo, eu vivo
Toda ademolição.
Levada ao tombo e assim por diante
A feia arquitetura desse instante
Onde eu me reconheço agora
O seu demolidor.

O sexo em chamas não chama por sexo
E sim por amor,
Porque em nada a dor em mim engana,
Não quero menos, e mais, só o que mais for teu,
O teu que ainda mais seria,
Uma partícula prana

Inauguro, de novo, o fim do futuro
Vendendo segredos e medos
Os sutilmente proibidos, não lidos
Abraça o meu corpo, pensa junto comigo, não pede socorro
Não podemos correr esse perigo

É noite sim
Neste belo e trágico final de semana
A cidade subcutânea em mim, me dispara projétil;
E eu rolo na cama

Os passos abafados da memória andam pela sala
E neles caminha todo o desejo do mundo
Tão raso tão fundo...
E no espelho quebrado dessa história
Vejo os pedaços de um fim

Porque tudo ainda vive, eu me vejo
Incompreensível nos olhos da incompreensão,
Enquanto todos me lêem no escuro, no eclipse , na falta de luz
Eu desejo do mais claro sol que há em mim,
Outra revolução.

É noite sim...

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