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Festa na Periferia

Anthonio

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Uma noite de fole
lá na periferia,
tira o sono do pai
tira o sossego da filha,
o santo esquece o milagre,
padre tropeça na pia,
o pai-de-santo de porre
chora na cachaçaria.

O chão de terra batida,
a noite virando o dia,
enquanto a escrava reclama
o alvará de alforria,
a dançarina de tango,
sem rango há mais de três dias,
sua nudez castigada
para o candango exibia.

Solta a buchada de bode,
o povo aplaude a folia,
marido vira-casaca,
casada vira vadia,
comete tanto pecado
com o moço da sacristia,
faz votos de castidade
na claridade do dia.

E tem banqueiro
que não liga pra dinheiro,
e tem beata
requebrando no chuveiro,
e pega fogo até no
corpo do bombeiro,
e tem forró a noite toda,
o ano inteiro,
e quem quiser que conte outra
se não confia no sanfoneiro.

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