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Mordaça

Hasta Cuando

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Vivemos no marasmo da "revolta". Gritos são apenas ruídos afáveis.
A grande pertubação moral faz arruaça
no parlamento, nos palácios e nas casas.

Iminente desgraça.
O levante desarmado
aponta pra sua própria testa.
E nos testa!
Até que ponto seremos infelizes e lastimosos?
Ao ponto de acreditar na mudança vertical.

Oh, quão grande são os heróis da nossa tragicomédia inusitada!
IRremediada. Apascentada. Sentada em berço esplêndido.
Apenas sentada, mais ainda adormecida.

A primazia dos gostos individuais se sobrepõe.
A insurreição já nasce morta em si. O ideário não é optativo.

Vivemos como jacobinos corruptos.
A angústia alheia nos mantém lúcidos.
Viva a liberdade de expressão! De expressar o quanto somos infelizes.
Viva os direitos individuais!

Viva a liberdade!

(Que o individualismo sepultou com todas as flores.
Viva a liberdade econômica! A reprodução do capital nos sacia.)

Celebrem os deuses da intolerância e do desamor!

Sois bem-vindo ao Reino da Fantasia. Compre seu disfarce.
Vista seu uniforme acadêmico, rebelde e fetichista!

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