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Na Ponta dos Dedos

Shana Müller

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Repentinamente a dor me pealou
Me molestou os olhos
Apressadamente o violão se amigou,
Foi me pedindo colo.

Cantador de vida brejeira,
Não canta besteira, nem charla em vão
Manuseia os apegos da fala
E espera volteada, alçar de função.

Cautelosamente o mal me embretou
Me desalmando o chasque
Tinha umedecido as leguas do grão,
Lavando a cor do mate.

Cancioneiro de prosa caseira
Não culpa as ovelhas dos males que tem
Faz seus versos rodeados de amigos
E educa os ouvidos no canto de alguém.

Ai, violão veiaco
Eu quase me mato te amando, parceiro.
Faz de conta que nessa milonga
A vida se alonga na ponta dos dedos.

Praserosamente o peito amansou
Foi me sovando as botas
Veio me tenteando o lenço e o chapéu
E uns troços que se gosta.

Quisera, ter podido
Dormir a cavalo e fazer-me esquecer
Silencioso com a minha silhueta
Rondando as fronteiras do meu bem querer.

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