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Eu queria um chamamé, mas o chamamé não veio
pensei em trança uma polca e ela virou os arreio
fui talhando no bordão pra molda uma chamarrita
sai entre uma vaneira e uma chamarra bonita
Me pulou por desconfiada uma valsita morena
que me agradei do seu tranco, mas deixa a noite pequena
andei por la das fronteiras à muito pelo que agrada
mas aqui aonde eu vivo tem tropilha aquerenciada
Mas quem me chamou atençãoe me parou entonado
bombeando por fio de lombo num trancaço debochado
com notas graves e agudas que no meu pago ressona
depois de sovar os arreio encilhei uma milonga
Apertei bem os arreio pra não levar desaforo
prendi a mão no buçal pra algum arranque de estouro
fiz um bichinho na boca levei o relho na cara
me saia pela boca quando eu ponteava a guitarra
E a cada verso esporiado uma arrancada pra cima
fiz muita força na perna golpeando bordão e prima
depois de quase uma hora fui brandeando a poesia
mas não virava pra um lado tava torta a melodia
Froxei a rédea de um lado escorei outra no pescoço
numa escala mais grave redomoniei a meu gosto
dei um giro volta e meia arrojei fiz esbarrar
desencilhei a milonga pronta pra outro encilhar