94 acessos
Preto velho sebastião escravo do coronel firmino
Lá na fazenda engenho d’água
Preto bom e benzedor, sabia de tudo, ouça a sua história.
Lá no fundo da varanda fica aquele fumaceiro
Quando o preto sebastião saboreia o seu palheiro
A procedência do fumo ele sabe pelo cheiro
No seu banco ali sentado, mergulhado no passado
Conta causo o dia inteiro.
Preto velho sebastião benzedor e respeitado
Cura quebrante e debruço zigue vire e mau olhado
Benze espinheira caída, cobreiro e bucho virado
Simpatia tem de sobra, cura picada de cobra
Doutor fica admirado.
Sua idade ninguém sabe por que não foi registrado
Tá beirando o centenário mais ou menos aproximado
Respeita todos os costumes lá dos seus antepassados
A sua crença não muda, o seu galhinho de arruda
Tá na orelha pendurado.
Ele sente a natureza e acerta com precisão
A hora que vai chover, se vai ter raio ou trovão
Já desviou tempestade, roda moinho e furacão
Oxalá guie seus passos, um axé e um abraço
Preto velho sebastião.