Letras Web

A boiada de Araguaia

Pedro Bento e Zé da estrada

48 acessos

A Boiada do Araguaia logo após a travessia
Parou pra fazer pousada porque já escurecia
Naquele ermo deserto só céu a mata existia
Morava uma Pintada terror da selva bravia
Quando essa fera miava tudo ali silenciava
Sertão inteiro tremia

Moído pelo cansaço da luta daquele dia
Naquela noite soturna enquanto o fogo ardia
Deitada sobre o baixeiro a peonada dormia
Somente um urutau o silêncio interrompia
De vez em quando gritando parece que anunciando
O perigo que surgia

A noite já ia alta era quase madrugada
A boiada remoia lá na beira da aguada
Ouvindo o mugir do gado a fera esfaimada
Naquele andar de felino veio vindo de emboscada
O cheiro da carne humana aquela fera tirana
Foi atacar a boiada

Aquele pobre boi velho que nas águas foi jogado
Conseguiu sair com vida antes de ser devorado
Pra se ajuntar a boiada com o corpo retalhado
Ele ia caminhando passo a passo bem cansado
Andando com lentidão chegou na hora que os peões
Já iam ser atacados

Defendendo a peonada que acordou espavorida
Aquele pobre boi velho com o corpo em feridas
Morreu lutando com a fera que por ele foi vencida
Disse o moço Ponteiro com a alma comovida
Foi quem não valia nada que salvou toda a boiada
E também as nossas vidas

Top Letras de Pedro Bento e Zé da estrada

  1. Seresteiro da Lua
  2. Murmurar da Cachoeira
  3. Ânsia de Amor
  4. Carta do Pracinha
  5. Coração de Pedra
  6. Mágoa de Boiadeiro
  7. Barbaridade
  8. Recordação
  9. Minha vida, Minha moda
  10. Serenata do Amor