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Entrando no M'bororé

Jorge Guedes e Família

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Lá vem o Vitor solito
Entrando no M'bororé
E um cusco brasino ao tranco
Na sombra do pangaré

Chapéu grande, lenço negro
Jeitão calmo de quem chega
Na tarde em tons de aquarela
Lembra um quadro do Berega

Um flete troteando alerta
Bufa e se nega pra os lados
E uma perdiz se degola
No último fio do alambrado

Apeia na cruz da estrada
E o seu olhar se enfumaça
Saca o sombreiro em silêncio
Por respeito à sua raça

Lá vem o Rio Grande à cavalo
Entrando no M'bororé
Lá vem o Rio Grande à cavalo
Que bonito que ele é

Procura a volta do pingo
E alço o corpo sem receio
Enquanto uma borboleta
Senta na perna do freio

Inté enterte o cristão
Que se cruza campo a fora
Mirar a garça matreira
Com seu pala cor de aurora

Pois lá num rancho de leiva
Que ele ergueu com seu suor
Fica um sonho por metade
De quem vive sem amor

Num suave bater de asas
Cruza um bando sem alarde
As garças e o Vitor somem
Lá na lonjura da tarde

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