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Estética Dos Miseráveis

Jalu Maranhão

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Veja que a dor do mundo
Vai lá há mais tempo
Desde a cabeça dos vossos pais
Em calma que há analgésico antitérmico
Em menos dia ou mais dia
Esta dor vai ter de passar

O samba está na índia, cinema também há aqui
No desempate eu sou mais a metafísica dos guetos brasileiros
Em miséria nós somos irmãos

“calcutá está para copacabana. assim como o recife está para havana. a salsa, a rumba, o tchá tchá tchá, o maracatu revoluído com guitarras elétricas. os aplausos dos miseráveis da arte que fazem o norte do planeta. aos periféricos que fazem a miséria da galáxia...”

Deixe um bom samba tocar
Pra ver nosso barco correr
Aliás, é interessante navegar por águas de primeiro mundo
Fora da arte temos muito o que aprender

“aprender a guerra, arrogância, e a simpatia. aos rumos mais perversos da economia. os poucos que fazem os risos do rei se embolam de rir da sua inestesia.”

Deixe um bom samba tocar
Pra ver nossa história correr
A arte quando viva
Grita mais do que cem mil televisões
E os corações das capitais ao entardecer

“a globalização artística entre os países periféricos é o princípio da propagação do bem.
O indiano já houve samba nas rádios populares, e seus filmes passam constantemente nas capitais do brasil. o reggae, e o rap jamaicanos, tocam nas favelas como o soluço do oprimido. as tribos africanas fazem sucesso nos sets de troca de música da internet.”

Veja que a dor do mundo baila há mais tempo desde a cabeça dos vossos pais
Desde que há tortura que os negros faziam seus berimbaus
Desde que há ingleses que os indianos compõem mais
E desde o embargo a cuba que os negros cubanos
Exportam a ruma em troca de paz

“e assim funciona a estética dos miseráveis. somos molestados, e produzimos arte como analgésico. somos oprimidos e usamos a arte para propagação do bem. somos explorados e exportamos nossa arte para a corte do senhor rei. por fim, somos aplaudidos e contentes com o sentimento de missão cumprida, damos um sorriso frio... e nos alegramos por aceitar em nosso presente de grego...”

Deixe um bom samba tocar
Pra ver nossa história correr
A arte quando viva
Grita mais do que cem mil televisões
E os corações das capitais ao entardecer

Deixe um bom samba tocar
Pra ver nossa história correr
A arte quando viva
Grita mais do que cem mil televisões
E os corações das capitais ao entardecer...

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