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Guilherme Eddino

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Baixa essa poeira, deixa a sala à meia luz
Solta essa tristeza e deixa que o mistério te conduz
Fecha a porta, abre os olhos, deixa o perfume envolver
Veste a seda, prova o vinho tinto de sangue a ferver

E deixa que o relógio para
Que a parede isola
Que esse teto impede
Deixa que a chuva ignora
Que esse vento é leve
Que essa angústia cede

Deixa que essa água é forte
Que esse chão é firme
Que esse mel é puro
Deixa que ninguém nos ouve
Que ninguém percebe
Que és o que eu procuro

Queima as fotos, quebra essa raiz que ainda te prende ao chão
Abre os braços, salta do penhasco, olho do furacão
Perde as estribeiras que as sereias cantam pra você
Rasgue a vela, cante para o mundo pelo teu prazer

E deixa que esse ar é doce
Que o escuro aquece
Que essa noite é longa
Deixa que essa rua espia
Que a cidade aplaude
Que o mundo te assombra

E deixa que o teu peito grita
Que o teu mar é imenso
Põe tua voz pra fora
Deixa que o passado chora
Que o futuro espera
Até sobrar o agora

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