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Rei da Caçada

Gildo de Freitas

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Lá nos pago adonde eu moro me chamo o rei da caçada
É a cousa que eu mais adoro sair abrindo picada
Ole, lai, lai, cortando galho de espinho
Para atirar de pertinho bem no olho da pintada

Minha arma de três canos o cano de baixo é bala
Azeitada com capricho que engatilho e nem estala
Olé, lai, lai, para encurtar o assunto
Cada tiro é um defunto depois que esta arma fala

No campo caço de rede, mas precisa três pessoas
Três home de agá malhusco que nem tempestade enjoa
Olé, lai, Lai, por isto que eu gosto da mata
Meus cachorros não dão rata eu não queimo cartucho à toa

É bonito de se vê eu e a onça de namoro
Levo a arma e pisco um olho não me faz mais desaforo
Ole, lai, lai, pra que ela não padeça
Eu atiro na cabeça pra não estragar o couro

Se a onça tá enfurnada vou aonde ela mora
Faço um barulho na toca e ela salta sem demora
Oai, oai já estou na posição
Com minha arma na mão de olho vivo na escora
Oli, lai lai, e horas diurna ou noturna
Eu tiro de dentro da furna e mato do lado de fora

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