Letras Web

Verdades do Sertão

Gabi Poraí

9 acessos

Boiadeiro desce a serra e em meio a guerra faz o seu andor
Sertanejo a galope vara até a morte o seu couro sem dor
Bóia fria come carne seca e uma criança olha com sabor
Jardineiro fofa a terra e na semente joga todo o seu labor

E lá vai de novo a boiada que na vaquejada é lançada
Vai o imigrante de pele queimada a procura de uma nova estrada
Sem dinheiro, nem morada, sem um lar sem nada
de mãos calejadas
Vê uma flor que nasce da terra molhada e rasga o céu dizendo Amém

Anda o tempo, correm pernas, olhos abrem vendo calos já sem dor
E quando a chuva cai, o sol brilha no fundo de um coração sofredor
E aquela dita esperança assenta o voo
no chão que muito já chorou.

Boiadeiro engorda o gado, sertanejo volta e faz o seu louvor.
Bóia fria arranja mais trabalho e o jardineiro canta a sua flor.
E o cinza torna-se um arco-íris, contrastando o tempo e trazendo a cor
Daquela dita esperança que assenta o voo nas mãos de um trabalhador.

Anda o tempo, correm pernas, olhos abrem vendo calos já sem dor
E quando a chuva cai, o sol brilha no fundo de um coração sofredor
E o cinza torna-se um arco-íris, contrastando o tempo e trazendo a cor
Daquela dita esperança que assenta o voo num cháo que muito já chorou.

Top Letras de Gabi Poraí

  1. Ana
  2. Meu Rapaz
  3. Mapa Mundi
  4. Tamandaré
  5. Verdades do Sertão
  6. Na Dança
  7. Eu e o Verão
  8. Engano Seu
  9. Samba Tem
  10. A Pele Que Há Em Mim