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A saudade chegou eu estava sozinho
Sentei no banquinho no topo da mesa
Ali recordando meu passado ausente
Na tela da mente eu vi com clareza
Um lindo cenário com belas imagens
Mostrando as paisagens lá do meu sertão
Tudo o que faz parte de uma vida bela
Enxerguei na tela da imaginação
Olhando na tela eu vi o riozinho
Os lambarizinhos nadando nas poças
O quadro de Nossa Senhora da Penha
O fogão de lenha dentro da palhoça
Papai trabalhando lá no seu roçado
Com foice, machado, enxada e facão
Mamãe com carinho cuidando da casa
Assando na brasa o bolo e o pão
Na tela da mente eu vi minha infância
Que lá na distância eu havia perdido
A gente esperava chegar mês de agosto
Pra ver o ipê roxo ficar florescido
Vi lá no espigão o cafezal formado
E lá no banhado a lavoura de arroz
Estrelas brilhando no azul do infinito
E o cantar bonito de um carro de boi
Recordando eu vi a paineira florida
Manhãs coloridas e o romper da aurora
Foi na primavera num fim de setembro
Ainda me lembro quando eu vim embora
Hoje estou aqui remoendo saudade
Porém na verdade ainda sou feliz
Na tela infinita da imaginação
Eu revi meu sertão que foi minha raiz