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Pensamentos de Galpão - Ao vivo -

Fabrício Marques

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Pensamentos de galpão

Verde-amarelo entardece,
Estes campos Rio-Grandenses,
Das campereadas de março
Serecolhe a peonada,
Gaúcha, marca sagrada,
Memorial que a história chama,
Nos clarins destas estâncias
De reverência farrapa.

O galpão agora engole,
Homens , milongas e garras,
Murmura o chão farroupilha
Demarcado em quatro esteios
Celebrado de fumaça,
Toda intenção de uma raça
Se acultura sem rodeios,
É prosa larga e floreios
Junto ao fogão e a guitarra.

Concebem as almas de ontem,
Com as de hoje , misturadas,
Filosofias de estradas,
De campo , terra e mangueira,
De cargas e tinideiras,
Carreteadas e ajutórios,
Quarteadas pra algum velório
De algum taura corajudo
Que se mudou pra outro mundo
E seguiu noutra jornada.

E aquele segredo lindo,
Que um se ?alembra? encimesmado,
Flor morena que estes matos ,
Não tem flores mais bonitas,
Quem sabe um dia esta linda
Com seus olhos esverdeados,
Venha lhe fazer costado
Num ranchito santa-fé,
Quem sabe lá por Bagé,
Ou talvez Piratini,
Um rancho de amor e fé.

E quem sabe todos eles,
Encontrem um dia seus sonhos,
Tropilha mansa e um recanto,
Pra matear no entardecer,
Com seus corações de campo,
E suas almas Rio-Grandenses,
Pois Deus abençoa esta gente
Que sangrando o amanhecer,
Faz do seu viver,
Entre céu , terra e cavalo,
E escora firme o resguardo
Da querência de São Pedro.

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