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Minha casa tá uma crack house, as garrafas lembram fases do passado
Trazem frases de uma má fase, como recados de náufragos
E eu desacreditado, leio o e-mail de um fã em crise
Dizendo que ia correr igual a mim vendendo na esquina
É o dia de mandar o mundo se fuder e ir embora dali
Ai que saudade do que eu nunca mais vi, no fundo dos meus olhos
Será mesmo que eu me perdi, pelos meus caminhos tortos
Eu tô cheio desse vazio, poluído por corpos
Eu não sou daqui, minha alma é livre e eu não me comporto
Eu quero minha fé de volta
E-eu, dez anos atrás, eu tenho saudade
Será que eu consigo lembrar daquela fé?
No fundo dos olhos de um velho eu, um jovem sonhador
E-eu
Tem dias que eu acho tudo inútil
Nossa melhor versão é puro ego, fútil
Uma luta contra um mundo, pra fazer parte do mundo, que você luta contra quanto tudo (fake) é vulto
Eu devo estar errado
Eu sou comunista e curto carros
Eu quero vencer e faço amizade com fracassados
Eu quero ser amado assumindo quando amo pra caralho
Eu não amo igrejas quero amar cristo
Eu sempre fui assim, mas agora tipo
Eu sinto falta daquele moleque zika devoto da santa ignorância, um moleque insano
Inspirado num irmão que me vendia droga
Eu vendia droga pra uns caras que vendiam droga
E queriam rima no fone dos cria
Como se cria vírus na empresa que vende a vacina
E-eu, dez anos atrás, eu tenho saudade
Será que eu consigo lembrar daquela fé?
No fundo dos olhos de um velho eu, um jovem sonhador
E-eu
É real que incitam guerras pra vender as armas
Ocultam a verdade pra vender mentira, dar as cartas
Os ricos são os donos do Estado e ainda são os filhos dos senhores de escravos
Que dizimaram os índios compraram os revolucionários ou mataram
Em nome de um Cristo como o de Bolsonaro (ao contrário), um que não tem amor (ao contrário)
Tudo deturpado
Ingenuidade minha, né?
Querer um Rockefeller no Brasil, olha a minha fé
Meus irmãos não fecharam o secundário, deixaram de ser réu primário e já eram pais
E tiveram que segurar um barraco que já era paz, um a um
Ficaram pra trás e segui a estrada
Como um sobrevivente de guerra ou de guerras, eu quero aquela fé sem miséria
E-eu, dez anos atrás, eu tenho saudade
Será que eu consigo lembrar daquela fé?
No fundo dos olhos de um velho eu, um jovem sonhador
E-eu
“Uma frase muda o fim do filme”
Salve meu chapa
“Uma frase muda o fim do filme”
Li isso numa timeline
Acordo com essas frases, essa ideia me persegue, essas frases
No trânsito pelo corredor eu e minhas neuroses
Ninguém tá doando amor e tu que trouxe a paz, outra dose
Admito toda verdade absoluta é uma fraude, embuste, outro engodo
Enlouqueci, mas já era tarde, não deixei terminar a frase só deixei
Vaguei, paguei caro, sem grana acordei cedo
As 8 no trampo ainda lido com drogas nesse trampo do centro
Dividindo o café com um mendigo em trapos, que canta versos que eu vivi noutro momento
Pra lembrar a fé que viu no camarim, imagens que falam de mim noutro tempo
É mais profundo, então sem julgamentos, vão frases de motivação, cada um na sua luta
Esse irmão, vida na lata, luta nessa situação, sinto que preciso ir
Dois anos sem ver meu moleque, (?), assisti séries, isso é um filme?
Eu tô tipo Constantine, dando médio em riste (?)
Uma frase muda o fim do filme, a frente a morte
Por ser uma fraude, abutres aplaudem sob o sol forte
Exalta a humildade, só a vida manda ser forte
“Uma a frase muda o fim do filme” (7x)
São tantos caminhos, tantos desvios (que cê pode perder o sentido)
“Uma a frase muda o fim do filme” (2x)
Mas é interno o maior labirinto (cê tá ligado bem?)
De volta ao motivo, não
De volta ao motivo do motivo, mil volta no mundo
Em buscas e buscas, depois mais mil voltas, em círculo e círculo
O circo de sanidade, afim de recuperar o que cê já tinha no início