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Seca de 32

Ciço do Pará

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Adeus, adeus 32
Que o tempo não volte atrás
Pois uma seca igual aquela
Rogo a Deus pra não vê mais

A seca de 32
Doeu no meu coração
Tem gente morrendo de fome
Com sede rola no chão
Eu vi muitas criancinhas
Nos braços da mãe morrer
Porque não tinham comida
Nem água para beber

A seca de 32
Que tristeza que penar
Vi o povo se mudando
Em busca de outro lugar
Quem não saia morria
O sol queimava e torrava
Eu vi lama virar pedra
E depois o chão que rachava

Quando sinto o sol bem quente
Ou sinto qualquer calor
Me lembro de 32
Ai meu deus com tanto horror
Era triste vê o povo
Lamentar a sua magoa
Caminhar mais de 100 léguas
Pra arranjar um gole d'água

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