Letras Web

Garreado

César Oliveira e Rogério Melo

22 acessos

O sol que mal tinha clareado
Naquela manhã traiçoeira
Se escondeu na polvadeira
De um corcovo debochado
Que encordoava cadenciado
No embalo de cada berro
Toureando a força dos ferro
De quem vinha enforquilhado.

Já da sala pra cozinha
Vinha igual mala de loco
Se defendendo no soco
Daquela maula mesquinha
Que se mostrava daninha
E muito mais revoltosa,
Pra o irmão do Antônio Rosa
E cria da Velha Dadinha.

Era bem velhaca a tostada
Que corcoveou com o João Pedro
Segunda-feita bem cedo
No alvoroço da pegada
Me alembro que a cachorrada
Faz um costado pra o negro
Que já vinha sem sossego
Forcejando tipo bicho
Quase igual a um carrapicho
Agarrado nos pelegos.

Tivesse montado mal
Nem cruzava da porteira
Onde a tostada grongueira
Se guasquedou e tirou o buçal
Arrenegada do Bocal
Trazia o Negro garreado
Num vai e vem chamarreado
Que assusta inté o mais bagual.

Nunca vi cosa mais feia
Não é fácil, mas é lindo
Quando o mundo vem sumindo
Pra o índio que gineteia
Pois se a vida corcoveia
Buscando a volta mais braba
Quem facilita desaba
Quando o destino garreia.

Top Letras de César Oliveira e Rogério Melo

  1. Os "Loco" Lá da fronteira
  2. Peñarol
  3. Com a Alma Presa Na Espora
  4. O Velório do Juca Torto
  5. Apaysanado
  6. Milonga Maragata
  7. Não Estava Pra Peleia
  8. Paleteada
  9. Depois Da Lida
  10. Lá Na Fronteira