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Arte, Coragem e Bravura

César Oliveira e Rogério Melo

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Os cincerros alarmados
Ecoam na voz do vento
Prenunciando o movimento
Das tropilhas de aporreados
Um guasca ritual sagrado
Onde a tradição mais pura
Nos mostra a imagem segura
Do xucrismo que entrevera
Ânsias e apegos das feras
Arte, coragem e bravura.

Parece até que os palanques
Sustentam cernes de aço
Escorando manotaços
E testemunhando arranques
Firmes pra que não estanque
Nosso patriotismo pampa
Que o tempo não seja a trampa
E o progresso não destrua
A nossa crença charrua
Que é a alma da nossa estampa.

Esporas buscam corcovos
Rebenques marcam estilos
No macanudo perfilo
"Acrioulada" dos povos
Desafiando sonhos novos
Em contrapontos marotos
Ganham uns e perdem outros
No vai e vem dos sotretas
Ornamentando rosetas
E botas garrão de potro.

"Sonan" campanas sulinas
"Malos" coiceiam "pinguellos"
Vibram poncho e "pañuelos"
Voam melenas e crinas
Perante o olhar das chinas
"Templados" por tanta graça
Entre a poeira e a fumaça
Pataquadas e floreios
Guitarras em bordoneios
E gineteadas machaças.

Trilham guapos e malinos
No calor do "ruedo" vasto
Em montas de pêlo e basto,
Oriental e argentino
Toreando o próprio destino
A cada grito de solta
Onde a sorte se dá volta
E a vida se chamarreia
O índio que gineteia
A Deus entrega sua escolta.

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