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A Door, A Soul, I Want to See

Célio Azevedo

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As linhas não se cruzam
Estou só, em outra direção
Enquanto o horizonte me empurra outros caminhos
Que atenuam o que é a febre

Quando vem a cair do céu
Gotas de saudade e de dor
Que sangra a virgindade
Do nosso digno credor

A hipocrisia da sociedade e de todos que falam sem saber
Queima a sanidade do invólucro
Trabalhar, matar e morrer
Pelos restos do sistema

Flores na primavera, não me importam
O que me importas é que
De ti gosto em todas estações

Não me importas. Não me importas. Não me importas

Não pretendo ser seu mártir
Nesse sentimento duvidoso
Às vezes sinto calor
Mas sempre estou sóbrio

Espero o que deve ser esperado
Não há o imprevisível
Não há o que te intimidas
Os ponteiros viram ao contrário
Os ponteiros viram ao contrário

Insegurança, talvez uma tentativa de se omitir
E continuar omitindo-se, e continuar tentando
Nada pressupõe que a verdade é o que você vê
Mas não há mentiras que me envolve

Não há mentiras... Não!

Não há mentiras que me envolve

Às vezes é difícil esquecer

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