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Ruas

Carminho

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Já as aves se recolhem
E ao soltar os meus cabelos
Como em jeito de pensar
Não há olhos que me olhem
Como lãs, como novelos
Na minh'alma a querer bordar

Não há olhos que me olhem
Como lãs, como novelos
Na minh'alma a querer bordar

Não há olhos que me olhem
Como lãs, como novelos
Na minh'alma a querer bordar

Nesta rua tudo é estranho
Nunca antes fora minha
E, não sendo, é tudo agora
Tenho o mundo ao meu tamanho
O silêncio que não tinha
E o luar à mesma hora

Tenho o mundo ao meu tamanho
O silêncio que não tinha
E o luar à mesma hora

Foi-se o pranto dos amantes
Entre cartas, versos, trovas
Que escreveram tantas ruas
Já não choro como dantes
Na minh'alma há ruas novas
Não me dão saudades tuas

Já não choro como dantes
Na minh'alma há ruas novas
Não me dão saudades tuas

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