Letras Web

Lamento de Caboclo

Belmonte e Amaraí

26 acessos

Por um trilho estreito entre samambaia
De chapéu de palha eu ia pra mina
Enchia o corote com a canequinha
De água fresquinha, limpa e cristalina

Depois me sentava no barranco ao lado
E entusiasmado eu ficava olhando
A queda da água rodando o moinho
E no ribeirãozinho o monjolo malhando

À tarde eu deixava o monjolo parado
E o arroz socado levava pra janta
Corria na venda, comprava envelope
Voltava à galope num cavalo pampa

Tomava um traguinho, jantava bastante
Achava importante escrever pros parentes
Contando que a roça estava limpinha
E que ninguém tinha ficado doente

Mas minha pobreza foi contaminando
E aos poucos tirando esta felicidade
Deixei minha roça, meu berço sagrado
Me vi obrigado a mudar pra cidade

Passei a comer arroz de pacote
Troquei o corote por filtro esmaltado
Nem carta escrevo, pois vivo sozinho
Só vejo moinho no supermercado

Se vejo monjolo, é movido a motor
Só em casas de flores vejo samambaia
Mas fico orgulhoso por ver margaridas
Limpando avenidas de chapéu de palha

A grande saudade que tenho guardada
Será revelada se um dia eu voltar
Então pedirei perdão ao presente
Pra eternamente na roça eu ficar

Top Letras de Belmonte e Amaraí

  1. Pombinha Branca
  2. Os verdes campos da minha terra
  3. Esquina do Adeus
  4. Gente da Minha Terra
  5. Sei Que Te Perdi
  6. Morrendo de Amor
  7. A Fronha
  8. Recordação
  9. Eu Penso Em Ti Amor
  10. Pombinha Mensageira