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Menina do Mirante

Alfredo Marceneiro

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Menina lá do mirante,
Toda vestida de cassa,
Deite-me vista saudosa
E um adeus da sua graça.

A menina é o retrato,
Sem mesmo tirar nem pôr,
De quem me prendeu de amor
Nas festas de São Torcato.
Tem mesmo um olhar gaiato,
Expressivo, embriagante,
E essa boca insinuante,
Onde a alegria perdura,
É romã fresca madura,
Menina lá do mirante

Anda a brisa, com desvelo,
Perfumada a lúcia-lima,
A saltitar-lhe por cima
Dos anéis do seu cabelo.
Abençoado modelo
De mulher da minha raça!...
Pois toda a gente que passa
Olha os céus e diz ao vê-la,
A menina é uma estrela
Toda vestida de cassa.

O meu amor vá um dia
À minha terra e verá
Que do seu mirante lá
É um voo de cotovia.
Verá como se extasia
Ante a paisagem formosa,
Que se estende graciosa,
Num encanto sem limite!...
Caso aceite o meu convite
Deite-me vista saudosa.

No domingo há procissão,
Com andores dos mais ricos,
Bodo aos pobres, bailaricos,
Fogo preso, animação.
Lá encontra um coração
Que de amor se despedaça,
Portanto, a menina faça
Esse coração vibrar,
Dando-lhe um simples olhar
E um adeus da sua graça.

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