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Severino

Alexandre Pereira

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Faca
Corta o pão do pobre ao meio
Abre suas verdades em miolo de trigo
Miolo de trigo

Terra
Recebe a semente de trigo que não brota
Seco

E o pobre vê no solo
O alimento que não nasce

Geme
Geme barriga vazia da gente
Gente criança que morre de fome
Morre sem viver
Morre

Severo é o homem do campo na seca do mundo
Na fala do mudo, no olho do cego
No coração a parar lentamente
No coração a parar

Severo é o homem que molha o coração e a terra
Com pingo de água do açude
Que barrenta mata a sede
E alimenta os vermes

Severo sofrido é o homem que levou tudo na vida
Tudo de ruim no lombo pobre
Do pobre homem Severino
Do pobre homem

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