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Primeira estância
Este é o ciclo… pelo qual estás condenado
A viver cercado como um pássaro engaiolado
Neste sistema de merda que mantém-te ocupado
Num escritório, com um semblante engravatado
Vives curvado ↓ perante a imagem do patrão
Que em troca do teu ganha-pão dá-te humilhação
Onde a desfeita é feita mesmo que não concordes
Porque és obrigado a cumprir ordens superiores
A vida ofertou-te a liberdade, no seu relatório
Mas tu enclausuraste-a dentro de um escritório
Que transformou-te numa máquina comandado
Com uma rotina quotidiana pré-programada
Que em cada jornada evidencia as condições
Pra que tenhas uma vida mesclada de ocupações
Cujas ações coincidirão com a dos trabalhadores
Que tal como tu vivem a vida como repetidores
Porque todos cumprem o ciclo que se condensa
Em casa trabalho, ↓ trabalho casa e vice-versa
Onde cada remessa diariamente abre ala
Pra a consumação do condicionamento em larga escala
Que certamente abala-te de modo eficaz
Ao ponto de não refletires sobre o mundo em que estás
Este ciclo em que vais ↓ quando acorda mais cedo
Pra percorreres as entranhas cíclicas do enredo.
Segunda estância
A mídia ensinou-te que para seres bem sucedido
Deverias trabalhar no duro sobre o tempo cedido
Até teres consigo uma vida boa de concreto
Que passa por ter uma casa, um bom carro e um emprego
Depois de teres visto a televisão, e lido o jornal
A tua mente saturou com essa imagem do ideal
Que convenceu o teu subconsciente na verdade
A encarar todas essas coisas como verdade
Como prioridade pra tua felicidade
Que acabara de iludir-se com bens de necessidade
Que são essenciais, mas não o suficiente
Pra pores em causa a liberdade que te é concernente
Porque por mais que tentes ser feliz com isso
A corneta da vida tocará o som do vazio
Onde acabaras por ouvi-lo amargamente
Porque sentiras que o que tens não é suficiente
Mas hoje para além de conseguires o que querias
Acabaste por conseguir o que não previas
Como a dívida das rendas e dos impostos
Que sangue-sugam todo o dinheiro que tens nos bolsos
E por causa destas dívidas que dão-te muros
Tens de trabalhar no duro porque cobra-te com juros
Juros estes que levar-te-ão a julgamento
Responder por uma causa que tu causaste ati mesmo.