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Data-Vênia

Adilson Alcântara

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Se meus anjos morassem nas casas do céu, glória
E toda a timidez se esconder no papel, rimas
Emprestei os delírios de um poeta
Descuidado, em minha porta aberta
Fez o doce da voz perder o mel
Se eu tivesse apenas vinte anos de idade, tempo
E avistasse moinhos nas ruas da cidade, sonhos
A bebida não me fizesse mal
O Cervantes morasse em meu quintal
E viesse explicar o que é saudade
Espiei as estrela em frias manhãs
E dobrei muitos sinos por causas tão vãs
Pois as dores em bulas de morfina
Mais as queixas que ouço nas esquinas
São pecados, serpentes e maçãs
Esses cabelos brancos que o tempo tingiu, vidas
São passeios, passagens de alguém que dormiu, flores
Esperando que a terra seja leve
Que a agonia da morte seja breve
Sem saber o porquê se permitiu
Na ganância de ser um vivente comum, simples
E pateticamente apenas mais um, tantos
A quem só bastaria o poetar
Data-vênia, se a alma quer cantar
Sendo tantos bem sei, não fui nenhum
Sendo tantos bem sei, não fui nenhum

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