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Última Carreta

Wilson Paim

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Bois de sabugo e rodas de corticeira
Prontos na espera que acabasse a marmelada
Carreta nova e canzil de pitangueira
E o que era doce virou sonho pela estrada

Ajoujo firme, tamoeiro bem trançado
Regera grossa de barbante catalã
E o piazito carreteiro do passado
Hoje envelhece amargando o amanhã

(Êra pitanga boi do coice colorado
Êra malhado boi da ponta olha a frente
E o prego da picana bem afiado
Despertava utopia inocente)

Passava tardes e manhãs brincando a esmo
Pelo terreiro carreteando a própria infância
Enquanto o tempo lhe cobrava de si mesmo
A vida boa que levava na estância

Hoje o progresso conquistou sua carreira
E o seu mundo imaginário de emoções
Do seu brinquedo só restou velha caixeta
Atirada no museu das ilusões

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