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Este cais abandonado
Todo mundo já partiu
Até mesmo os velhos ratos
Abandonaram o návio
E hoje pende por um fio
No vazio tão imenso
Que os tambores silênciam
No vão do tempo suspenso
Eu mantenho a lingua afiada
Mastigando o vidro da ilusão despedaçada
E assim invertem-se os papais
E assim se vão-se os dedos e ficam os aneis
Colhe o que se planta
O que se faz por merecer
Cada espinho que se tira
Pra se ver outro crescer
E hoje pende por um fio
No vazio tão imenso
Que os tambores silênciam
No vão do tempo suspenso
Eu mantenho a lingua afiada
Mastigando o vidro da ilusão despedaçada
E assim invertem-se os papais
E assim se vão-se os dedos e ficam os aneis