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O Lavrador

Telmo de Lima Freitas

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Num talho de fora a fora, rasgou a primeira verga
A vista bem pouco enxerga na cerração com neblina

A velha junta brazina vai tranqueando embiqueirada
Cheirando terra lavrada, capim limão e guanxuma

As leivas, uma por uma, se rebolcando parelhas
Tal qual rebanho de ovelhas quando estão no parador

Vão se partindo em fatia, bolcadas num só compasso
Mescla de suor e cansaço do rosto do lavrador

As vergas hoje passaram pra'o rosto de quem arou
Só se vendo o que restou dos trastes do lavrador

Antigo labutador, trabalhador sem descanso
Pois também era boi manso pra todo e qualquer serviço

Mas, certa feita, o destino levou a junta parelha
De brasino cor de telha pra'o rumo do matador

O velho, então, desgostoso, arreglou sua mochila
Saiu num tranco moroso, no sem fim do corredor
( Levando nos próprios olhos um sonho de lavrador ).

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