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Quando a Bota Encontra o Estribo

Juliana Spanevello

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Há um mistério guardado
Neste ritual sensitivo
Quando a bota encontra o estribo
E o flete procura a volta
Parece que a alma se solta
Pelo instante d'um silvido
Que busca o olhar ativo
Dos ovelheiros da escolta

E é nessa hora que o campo
Se deixa ver com clareza
Expressando sua beleza
Sua verdade e nostalgia
Depois que a barra do dia
Se mostra plena aos campeiros
Que escutam o clarim guerreiro
D'um quero-quero em vigília

(mais belo se mostra o mundo
Aos olhos deste ritual
Legado d'um ancestral
Que na história permanece
Pois quem tem alma conhece
O verdadeiro motivo
Quando a bota encontra o estribo
E o campo em vida floresce)

Talvez bem mais que um mistério
Que uma crença ou religião
Seja a própria comunhão
De alma, campo e saudade;
Ou bem mais que a identidade
De quem herdou por regalo
O nobre altar d'um cavalo
Pra compreender suas verdades

As mesmas que habitam o canto
Do quero-quero guerreiro
E o ativo olhar do ovelheiro
Que segue a sombra do flete
Imagem que se repete
Na face do amanhecer
Pra aqueles que sabem ver
Mais que a retina reflete

(mais belo se mostra o mundo
Aos olhos deste ritual
Legado d'um ancestral
Que na história permanece
Pois quem tem alma conhece
O verdadeiro motivo
Quando a bota encontra o estribo
E o campo em vida floresce)

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