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Expresso Boiadeiro

José Fortuna

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Soltem no pasto meu cavalo ventania que atrás do gado me levou sertão a fora
E adquiri um caminhão de cem cavalos, do que já fui, bem mais feliz eu sou agora
O caminhão não cansa o gado e não me cansa, e ao fim da viagem pra chegar sou o primeiro
Mesmo gastando combustível ainda compensa ser motorista de um expresso boiadeiro.

Fui no passado
Um pioneiro
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro
E hoje sou
Caminhoneiro
A dirigir o meu expresso boiadeiro.
Antes tocava meu berrante pela estrada, hoje desperto meu sertão com a buzina
Antes levava moça linda na garupa, hoje essa moça vai comigo na cabine
Antes a onça com seus olhos clareava a noite escura envolvida na neblina
Hoje o progresso colocou as faixas brancas e o rumo certo sobre a pista vira em tinta

Fui no passado
Um pioneiro
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro
E hoje sou
Caminhoneiro
A dirigir o meu expresso boiadeiro.

Do ontem ao hoje dividido está o tempo que se formou na era da velocidade
E mesmo assim ao recordar do meu berrante, sinto no peito a dor gostosa da saudade
Longas pousadas nos varjões ao pé do fogo, até parece do café sentir o cheiro
Ouvindo histórias e violas ponteando, e quando acordo estou no expresso boiadeiro.

Fui no passado
Um pioneiro
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro
E hoje sou
Caminhoneiro
A dirigir o meu expresso boiadeiro.

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