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De Ponta a Ponta

Jari Terres

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Ao passo em cabela no ventre fecundo
Do pelo que manda a herança que tem
E a brasina que ao largo de uma invernada
Se apronta pro parto no agosto que vem
Ao quarto de lua que aprenha completa
Despeja o terneiro sem ser partejada
E a pampa renasce num berro sentido
Que acorda distâncias pela madrugada

O vento levanta a geada no campo
E levanta o brasino coiceando a macega
Se a sombra do vulto do páreo cavalo
Asim por instinto de pronto se nega
Na cura do umbigo e na capa da cama
Se traça o destino que amargo se apronta
Tristeza pra os olhos do homem campeiro
É mais um terneiro a seguir ponta a ponta

Se vão primaveras e outros brasinos
Engordam no campo cumprindo sua cina
Pra que o sol de maio clareie seus touros
Mas na triste visagem de carnal pra cima
O vento levanta a geada do campo

E levanta o brasino no rumo que aponta
Tristeza pra os olhos do homem campeiro
É mais um terneiro a seguir ponta a ponta
De ponta a ponta
De ponta a ponta

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