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No décimo segundo de para sempre
Eu pensei no mar e em um iate branco à deriva.
No nono segundo de para sempre
Eu lembrei de uma sala morna onde vozes jogaram.
No oitavo segundo de para sempre
Eu pensei da vida que eu não levaria.
No sétimo segundo de para sempre
Eu pensei em uma folha, uma pedra e um fragmento de plástico de um brinquedo de criança.
No sexto segundo de para sempre
Eu vi sua boca cochichando algo que eu podia ouvir.
No quinto segundo de para sempre
Eu pensei nos desertos vermelhões de Marte, nas florestas de joias de Vênus.
No quarto segundo de para sempre
Eu não consegui lembrar de nada que eu não tenha amado.
No terceiro segundo de para sempre
Eu pensei em uma chuva contra a janela, eu pensei no vento.
No segundo segundo de para sempre
Eu pensei em um par de sombras quebradas deitadas no asfalto.
No primeiro e último segundo de para sempre
Eu pensei no longo passado que levou ao agora
E nunca...
Nunca...
Nunca...
In the tenth second of forever
I thought of the sea and a white yacht drifting.
In the ninth second of forever
I remembered a warm room where voices played.
In the eighth second of forever
I thought of the life I would not lead.
In the seventh second of forever
I thought of a leaf, a stone, a plastic fragment of a child's toy.
In the sixth second of forever
I saw your mouth whispering something I could hear.
In the fifth second of forever
I thought of the vermillion deserts of Mars, the jewelled forests of Venus.
In the fourth second of forever
I could remember nothing that I did not love.
In the third second of forever
I thought of rain against a window, I thought of the wind.
In the second second of forever
I thought of a pair of broken shades lying on the tarmac.
In the first and final second of forever
I thought of the long past that had led to now
And never...
Never...
Never...