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Sina Gaudéria

Délcio Tavares

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Açude rompeu a taipa
Veio o pasto na mangueira
E esta sina estradeira
Que faz trocar de rincão
Tapera do coração
Que o dia se faz imenso
E o rancho pariu silêncios
Na prenhez da solidão

Na distância uma guitarra
Numa milonga gaviona
E uma china redomona
Debruçada na ilusão
Brasedo, lua e fogão
Dessa crioula vivência
E abandonar a querência
Pra cabrestear o coração

Uma porta para o mundo
E uma china no cio
A garupa de um mouro
E um rancho vazio

Estrada, amor e garupa
E um gaudério por senhor
Tem por sala um corredor
Por lampião a luz da lua
E o vento na face nua
A beijar-lhe com carinho
Mas é triste não ter ninho
E uma casa que seja sua

Gaudério tanto cruzou
Que um dia boleou a perna
A beleza não é eterna
E a china ficou na espera
Já não é mais o que era
E ao largo o tempo passou
E apenas o que restou
Foi sonho e rancho tapera

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