Letras Web

Geni Y El Zepelin (tradução)

Chico Buarque

115 acessos

Dos mancos e cegos
Na fundo do porto
Ela andava namorando
Seu corpo é dos errantes
Vagabundos e emigrantes
Daqueles que não têm nada
Se entregava desde menina
Em garagens ou cantinas
Atrás da piscina, no mato
Rainha dos presos,
Os loucos, os mendigos
Os guris do internato
Com frequência, em seus cuidados
Os velhinhos doentes
E viúvas sem futuro
É boa como poucas
Por isso a cidade toda
Segue repetindo:
Atira pedra na Geni
Atira pedra na Geni
Ela está para sofrer
Ela está para cuspir
Dá-se a não importa quem
Maldita Geni
Um dia surgiu brilhante
Entre as nuvens flutuantes
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu uns mil orifícios
Com mil canhões assim
A cidade toda espantada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geleia
Mas do zepelim gigante
Desceu o comandante
Dizendo - Mudei de ideia
Quando eu vi nesta cidade
Tanto horror e iniquidade
Decidi explodir
Mas posso evitar o drama
Se aquela senhora bonita
À noite se entregar à mim
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela está para sofrer
Ela está para cuspir
Dá-se a não importa que,
Maldita Geni
Assim que se propôs
De tão ingênua e sincera
Cativou o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela prisioneiro
Acontece que a donzela
- E isso era segredo dela -
Tinha também seus caprichos
E a se dar a homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Sua mão veio beijar
O prefeito de joelhos
O bispo, em segredo
O banqueiro e seu milhar
Vá com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Isso pode nos salvar
Isso pode nos redimir
Dá-se a não importa quem
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sincero, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Essa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se de vício
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu em uma nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Com um suspiro aliviado
Ela se deitou de lado
E tentou sorrir
Mas logo ao raiar do dia
A cidade em gritaria
Não deixou-a dormir
Atira pedra na Geni
Atira pedra na Geni
Ela está para sofrer
Ela está para cuspir
Dá-se a não importa quem
Maldita Geni

Letra original

De los rengos y los tuertos
Del bajo fondo del puerto
Ella anduvo enamorada
Su cuerpo es de los errantes
Vagabundos y emigrantes,
De los que no tienen nada
Se entregaba desde niña
En garajes o cantinas,
Tras la pileta, en el monte
Reina de los prisioneros,
Las locas, los pordioseros,
Los gurises del asilo
A menudo a su cuidado
Hay viejitos deshauciados
Y viudas sin porvenir
Es buena como son pocas
Por eso la ciudad toda
Repitiendo ha de seguir:
Tírenle piedra a geni,
Tírenle piedra a geni
Hecha está para aguantar,
Hecha está para escupir,
Se entrega no importa a quién,
Maldita geni
Un dia surgió brillante
Entre las nubes fluctuante
Un enorme zepelín
Se paró en los edificios
Abrió unos mil orificios
Con mil cañones así
La ciudad toda espantada
Se quedó paralizada,
Casi se volvió jalea
Mas del zepelín gigante
Descendió el comandante
Diciendo - cambié de idea
Cuando vi en esta ciudad
Tanto horror e iniquidad
Resolví hacerla explotar
Mas puedo evitar el drama
Si es que aquella hermosa dama
De noche se entrega a mí
Esa dama era geni,
Mas no puede ser geni,
Hecha está para aguantar,
Hecha está para escupir,
Se entrega no importa a quién,
Maldita geni
Sin que se lo propusiera
De tan ingenua y sincera
Cautivó al forastero
El guerrero tan vistoso,
Tan temido y poderoso
Quedó de ella prisionero
Ocurre que la doncella
- y eso era secreto de ella -
Tenía también sus caprichos
Y a darse a hombre tan nobre,
Tan oliendo a brillo y cobre,
Prefería amar los bichos
Al oir tal herejía
La ciudad en romería
Su mano vino a besar
El prefecto de rodillas,
El obispo a hurtadillas,
El banquero y su millar
Anda con él, ve geni
Anda con él, ve geni,
La que nos puede salvar,
La que nos va a redimir,
Se entrega no importa a quién,
Bendita geni
Fueron tantos los pedidos,
Tan sinceros, tan sentidos,
Que ella dominó su asco
Esa noche lancinante
Entregóse a tal amante
Como quién se da al verdugu
Tanta suciedad él hizo
Relamiéndose de vicio
Hasta quedarse saciado
Y no bien amanecía
Partió en una nube fría
Con su zepelín prateado
Con un suspiro aliviado
Ella se acostó de lado
Y trató de sonreír
Mas luego al rayar el día
La ciudad en gritería
Ya no la dejó dormir
- tírenle piedra a geni,
Tírenle piedra a geni,
Hecha está para aguantar,
Hecha está para escupir
Se entrega no importa a quién,
Maldita geni

Top Letras de Chico Buarque

  1. Geni E O Zepelim
  2. Yolanda (espanhol)
  3. Quem Te Viu, Quem Te Vê
  4. O Meu Guri
  5. O Caderno
  6. Teresinha
  7. João e Maria
  8. O Meu Amor
  9. Homenagem Ao Malandro
  10. Minha Canção