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Pra o índio que gineteia

César Oliveira e Rogério Melo

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Declamação Inicial:

Quando me salta um floreio
De milonga pela boca
Me dá uma vontade louca
De atorá a guitarra ao meio
Sou um homem dos arreios
Conheço parada feia
Pois trago dentro das veias
Minha estampa palanqueada
E esta cantiga aporreada
Pra o índio que gineteia

Ginetear é uma vocação
Que o índio já traz de berço
Onde aprende a rezar o terço
Desta xucra religião
Pois quem traz no coração
Tropilhas de mal costeados
Crinudos e Descrinados
Maulas da marca borrada
São mestres das gineteadas
Entre potros e aporreados

O mundo troca de ponta
E a vida toreia a morte
Porque o destino e a sorte
De gineteadas nos contam
De baguais que se desmontam
No meio da polvoadeira
Treme o chão da fronteira
Quando o paysano se atora
Amarrando um par de esporas
Num par de botas potreiras

Quem tem alma de palanque
Conhece a força do lombo
Mas não se entega num tombo
Se algum corcovo lhe arranque
Porque a volta do rebenque
Num floreio rasga o vento
A coragem é um sentimento
Que fez do taura um sulino
Esporeador dos maulinos
Que sentem cosca do tento

{refrão}
Pra o índio que gineteia
Este cantar é um regalo
Pois quando empeço a cantá-lo
O meu sangue corcoveia
Uma ânsia se boleia
Inté parece feitiço
Pois me agrada o reboliço
Que se apronta mano a mano
Co' as garras de algum paysano
E os ferros de um fronteiriço

[MILONGA]

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