Letras Web

O Enterrado Vivo

Carlos Drummond de Andrade

99 acessos

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.

Top Letras de Carlos Drummond de Andrade

  1. Liberdade
  2. Canção Final
  3. Canto Negro
  4. O Amor Bate Na Aorta
  5. Anedota Búlgara
  6. A um Bruxo, Com Amor
  7. As Sem - Razões do Amor
  8. O Homem; As Viagens
  9. Canção Para Álbum de Moça
  10. Estrambote Melancólico